O futebol, a eletricidade e a sustentabilidade
- André Habib
- 13 de set. de 2016
- 2 min de leitura
Quando olhamos a quantidade de start-ups surgindo dia após dia ao redor do planeta, nos damos conta da capacidade inventiva dos seres humanos e como, por causa dela, somos capazes de criar tantas coisas novas ou aperfeiçoar outras já existentes.
Vejamos, por exemplo, o Uber. Um aplicativo que está revolucionando (tanto para motoristas como para passageiros) completamente o transporte nas cidades. Vale a pena lembrar também do Netflix o do Spotify, respectivamente serviços de streaming de filmes e música. O primeiro simplesmente ajudou a fazer com que as antigas locadoras de filmes simplesmente desaparecessem e o segundo acaba completamente com a necessidade de comprarmos CDs dos nossos artistas prediletos porque podemos ter tudo isso bem na palma de nossas mãos em um smartphone.
Nos três exemplos anteriores o que houve foi “simplesmente” uma mudança no que chamamos de modelo de negócio que basicamente entregam muito mais valor em relação aos que eram praticados no passado nesses segmentos.
Porém, nesse artigo o assunto é uma startup baseada na bola de futebol. Isso mesmo. Jessica O. Matthews e Julia Silverman são duas empreendedoras americanas que tiveram uma ideia fantástica enquanto frequentavam uma aula de engenharia para não engenheiros na faculdade de Havard e receberam a tarefa de resolver algum problema social através da ciência e da arte.
Como ambas costumavam viajar bastante para a Africa – Jessica é Nigeriano-Americana -, lugar em que o futebol, assim como no Brasil, é muito popular, perceberam o quanto as crianças de lá, embora amem o futebol, não tendo recursos para comprar bolas de futebol o mínimo decentes, “criavam” suas bolas com o que encontrassem pela frente, incluindo sacos plásticos velhos.
Ao mesmo tempo que perceberam essa paixão pelo futebol, se deram conta também da dificuldade de essas mesmas crianças estudarem o noite por causa do difícil acesso a energia elétrica e com esses dois problemas na mão, inventaram então o que chamam de The Soccket.
The Soccket nada mais é do que uma bola normal de futebol com capacidade para criar e armazenar energia enquanto está sendo usada, ou seja, em qualquer situação de jogo.
Essa energia, completamente limpa, posteriormente pode ser usada não somente para gerar eletricidade capaz de alimentar lâmpadas que podem ser conectadas diretamente à bola e que a noite são usadas pelas crianças para estudar, mas também para carregar dispositivos eletrônicos como celulares e tablets. Trinta minutos de uso da Soccket são suficientes para gerar energia capaz de fazer uma lâmpada de LED funcionar por cerca de três horas.
Mathews e Silverman só perceberam a real importância da invenção após o teste feito na África em 2010. O resultado se espalhou entre as pessoas e chamou a atenção de engenheiros que começaram a se aproximar do projeto a fim de aperfeiçoa-lo.
Uncharted Play é a empresa criada pelas empreendedoras e é nela que, além de darem continuidade ao projeto da Soccket, trabalham em outros divertidos e sociáveis produtos.
Embora Mathews e Silverman tenham dito que o impacto social é a coisa mais importante para elas e conseguir dinheiro para os projetos tem sido a parte mais difícil, Uncharted Play atua atualmente em países dos cinco continentes.
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